Wednesday, 24 May 2017

Obviamente sou contra o Islão...



Na qualidade de ateia e sob o ponto de vista pessoal, obviamente sou contra o Islão. Quem diz Islão diz Cristianismo, Paganismo Europeu, Hinduísmo e até mesmo contra Xamanismo nativo-americano.
Sou contra porque não acredito em entidades sobrenaturais e ainda mais contra sou que a humanidade viva em função de entidades que, por questão empírica, não existem.
No entanto, a minha pessoa social, laica e humanista tem outra opinião.
Sou da opinião que cada um tem liberdade para acreditar no disparate que quiser, viver em função dele, desde que, com a sua conduta não prejudique terceiros. E aqui é que está o gato! Em que medida é que se está a prejudicar terceiros?
Muitos concordarão que os Homens-Bomba prejudicam terceiros. Matar 22 pessoas e ferir outras tantas num concerto de música pop é, sem sombra de dúvidas, prejudicar terceiros em nome de uma entidade sobrenatural, neste caso específico, Alá.
Então mas e o resto?
Por exemplo, incutir logo desde tenra idade, nas crianças, que Deus castiga se a criança não comer a sopa toda? Não é esta igualmente uma forma de abuso humano, ainda que menor em termos comparativos com a morte?
Noutra nota, irrita-me um pouco esta hipocrisia de parcialmente se desculpar actos desumanos - uns porque não nem sequer se considerarem desumanos sob a capa da religiosidade, o caso de Deus castigar uma criança por não comer a sopa - porque é religião e todos têm o direito a ela.

Laicidade

O direito a ter-se a religião que se quer, e a falta da mesma também.
A laicidade, num mundo idílico é bonita e recomenda-se. O mundo idílico, para mim, é um mundo com maturidade suficiente para se respeitar o próximo, mesmo desde pequenos. Os filhos não são nossa propriedade. São apenas seres humanos pequeninos que nasceram livres pensadores, tal como nós o devemos sempre ser. Incutir numa criança o medo da superstição só serve para criar adultos com traumas. 

Entretanto, a laicidade num mundo cujos valores sociais ainda estão imaturos, o caso do nosso mundo e único que conhecemos, leva a um distorcimento da própria laicidade.

Será legítimo que se devolva a território do Médio-Oriente todos os que, por simples associação étnica e religiosa, se identifiquem com esse território? É o que uns pensam.
Será igualmente legítimo que se deixe criar guetos em pleno território laico, em que as leis são alteradas a casos religiosos e a aplicação das mesmas impostas à força pelos próprios intervenientes? É o que outros pensam.


A laicidade vai por água abaixo quando valores (monetários) mais altos se levantam. 
Num caso nacional e mais católico, tivemos recentemente a visita do Papa Francisco a Portugal. Atrai turismo, atrai comércio, atrai audiências aos media e atrai não-sei-bem-o-quê ao Estado. Temos portanto, num país constitucionalmente laico, um Presidente da República que se agacha em público para beijar a mão ao Papa. Independentemente da religião do Sr. Presidente, tem uma função pública e é sobre essa que deve cumprir. Nunca por opções pessoais. Essas fazem-se em privado.

Num panorama internacional, e voltando agora ao problema do Médio-Oriente e as diferentes e controversas formas de religião que aí se praticam, faz-me espécie os alvos geo-politicamente estruturados e o que o "ocidente" ao longo de décadas fez e continua a fazer, em nome do tão famigerado "ouro negro" que traz lucros aos milhões.

Concluindo, há mais uma divindade inventada pelo homem que todos nós nos vergamos e por ela se mata, e dela se depende, e por ela se vive.

Sim, é o dinheiro o nome desse novo Deus castigador. Uns adoram o Dólar, outros o Euro e ainda outros a Libra, mas esse Deus é só um é a soma de todos os males do mito da Caixa de Pandora.
E pelo dinheiro vão existindo Homens-Bomba a quem lhes convenceram que esse deus se chama Alá e que lhes promete um paraíso com 72 moças virgens.
Pelo dinheiro vão existindo crentes Marianos que deixam a pouca fortuna que têm em Fátima, à espera que um milagre resolva problemas de ordem natural e social.
Enfim, pelo dinheiro se permite que humanos matem seres da própria espécie num comportamento quase primal.
E temos a lata de nos denominarmos civilização?


Thursday, 17 December 2015

Review: A todo o vapor!


Isto é uma review para pessoas que, como eu, começaram a fumar vapor hoje ou há meia dúzia de dias.
A dica musical do dia é esta, Steam de Peter Gabriel. Acho-a apropriada.


Bem, acho que a primeira pergunta que me coloco a mim mesma é: porquê só agora? Considero-me uma pessoa sensata que não vai atrás de modas só porque sim, e uma decisão como meter substâncias 'esquisitas' no pulmão não deveria ser uma opção para se fazer de ânimo leve.
Li opiniões online sobre o assunto, estudos variados com prós e contras e visitei sites, falei com amigos, visitei sites da especialidade e finalmente, depois de dar uns bafejos num cigarro eletrónico alheio... tive um ataque de tosse e um saborzinho agradável na boca.
Desenganem-se aqueles que acham que vão dar o primeiro bafo e tudo vai correr às mil maravilhas. Não! O primeiro bafo, porque geralmente a pessoa vai com muita sede ao pote como se tivesse a puxar fumo do filtro do cigarro, é para o engasgo. Depois olhamos para aqueles que têm uma maquinaria já toda avançada e que mais parecem que estão a fumar directamente da chaminé de uma locomotiva a vapor, olhamos para a nossa canetinha básica e pensamos "não, nunca me vou habituar a isto". O que é certo é que por altura do quarto ou quinto bafejo já se consegue controlar a entrada de vapor nas vias respiratórias.

O que se deve ter em consideração, acima de tudo, quando se toma a decisão de fumar vapor? Isto não é um tratamento para se deixar de fumar. Isto é apenas uma alternativa menos venenosa de se fumar. E uso o termo "menos venenosa" porque, embora a composição do líquido não tenha substâncias cancerígenas, não há feedback a longo prazo que digam que inalar aromatizantes, água, algo parecido a glicerina e nicotina são inóquos. 

A nicotina: é uma substância que se encontra em algumas plantas, como a planta do tabaco, é viciante e é, para todos efeitos, uma droga leve. Quem compra líquidos para o cigarro electrónico tem de ter bastante cuidado com o manuseamento do mesmo pois a nicotina é absorvida pela pele e a concentração que está no líquido é tóxica, pois é para ser doseado ao longo do dia.

Afinal, isto é caro ou é mais barato que fumar cigarros? Ainda não sei, sinceramente. A oferta é muita. Sabes que tens baterias, tanques, resistências e essa lenga-lenga toda que ainda não decorei e que volta e meia têm de ser substituidos. Há lojas que vendem barato, há lojas que vendem caro, há alternativas mais em conta online, etc.. O meu conselho é que falem com os galifões que já fumam uma locomotiva inteira, porque esses sabem tudo o que há para saber sobre vapor. Ahhh, e esses não dizem fumar, dizem "vapear" que é uma palavra interessante e totalmente inventada. Se lhes falas em fumar, aquilo é gente para te corrigir com uma réguada se for necessário.

Os sabores: deixam aroma no ar em vez de cheiro a tabaco. São tão variados e tão peculiares como todos os aromas que existem no mundo e podem ir desde o simples sabor a maçã até ao cheiro que fica na relva quando acaba de chover ou até mesmo o sabor a padaria que acabou mesmo agora de sair com uma fornada de pão quente. Como é óbvio, também existe sabor a tabaco.

Para concluir, o uso de cigarro electrónico é 1000x mais complicado que chegar à tabacaria e comprar um maço de tabaco. No entanto, acabaram-se os borrões, os cinzeiros, os dentes amarelados e o cheiro a fumo. No entanto, e isto é apenas opção minha, vou tratar o cigarro electrónico como aquilo que ele é, um método de fumar. Portanto, se for preciso venho para a rua vaporizar. Até porque, embora isto tenha cheirinhos e sabores a fruta, plantas, bolos, etc., ninguém é obrigado a ter de levar com o vapor alheio na cara.